quarta-feira, dezembro 27, 2006
Elogio ao amor (Miguel Esteves Cardoso - Expresso)
"Há coisas que não são para se perceberem. Esta é uma delas. Tenho uma coisa para dizer e não sei como hei-de dizê-la. Muito do que se segue pode ser, por isso, incompreensível. A culpa é minha. O que for incompreensível não é mesmo para se perceber. Não é por falta de clareza. Serei muito claro. Eu próprio percebo pouco do que tenho para dizer. Mas tenho de dizê-lo. O que quero é fazer o elogio do amor puro. Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível. Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática. Porque dá jeito. Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado. Porque se dão bem e não se chateiam muito. Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa. Por causa da cama. Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria. Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas. Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje. Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo? O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice,facada, abraços, flores. O amor fechou a loja. Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade. Amor é amor. É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto. O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não é para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre. Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem. Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir. A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a Vida inteira, o amor não. Só um minuto de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
terça-feira, dezembro 26, 2006
Flirt
sexta-feira, dezembro 15, 2006
sexta-feira, dezembro 08, 2006
Afinal, não queria estar aqui
...está frio lá fora, está frio cá dentro.
Vazia... estou vazia de mim. Perco tempo, perco-me a mim.
Vazia... estou vazia de mim. Perco tempo, perco-me a mim.
terça-feira, dezembro 05, 2006
segunda-feira, dezembro 04, 2006
terça-feira, novembro 28, 2006
sexta-feira, novembro 24, 2006
quinta-feira, novembro 23, 2006
ontem
tive saudades de ter saudades, saudades de sentir mais...deve ter sido das pastilhas com sabor a naftalina
quarta-feira, novembro 22, 2006
segunda-feira, novembro 20, 2006
quinta-feira, novembro 16, 2006
Sonho e realidade
o tempo em que sentimos e o tempo em que sonhamos.
ela vive no meio, no limbo, depois baralha-se, e perde-se. Já não sabe qual é o caminho onde se perdeu, já não sabe se pode voltar.
quando entrou na estrada, ia em direcção ao sol.
ela vive no meio, no limbo, depois baralha-se, e perde-se. Já não sabe qual é o caminho onde se perdeu, já não sabe se pode voltar.
quando entrou na estrada, ia em direcção ao sol.
quarta-feira, novembro 15, 2006
terça-feira, novembro 14, 2006
segunda-feira, novembro 13, 2006
sexta-feira, novembro 10, 2006
quinta-feira, novembro 09, 2006
quarta-feira, novembro 08, 2006
terça-feira, novembro 07, 2006
segunda-feira, novembro 06, 2006
sexta-feira, novembro 03, 2006
sul
quinta-feira, novembro 02, 2006
quarta-feira, novembro 01, 2006
sexta-feira, setembro 01, 2006
quinta-feira, agosto 03, 2006
quarta-feira, agosto 02, 2006
tédio
Alguma coisa vai ter de mudar..
Ou compro casa..
Ou emigro...
Ou me apaixono perdidamente...
..a vida esta um tédio..isto aborrece a minha pele, que a uns dias das ferias grita desesperada com sede de adrenalina..para onde foram as borboletas da barriga?
Alguma coisa vou ter de mudar nos meus dias iguais...
Ou compro casa..
Ou emigro...
Ou me apaixono perdidamente...
..a vida esta um tédio..isto aborrece a minha pele, que a uns dias das ferias grita desesperada com sede de adrenalina..para onde foram as borboletas da barriga?
Alguma coisa vou ter de mudar nos meus dias iguais...
terça-feira, agosto 01, 2006
quinta-feira, julho 27, 2006
sexta-feira, julho 21, 2006
Para responder a mim mesma...
O amor é um lugar estranho.
Que pode ter a efemeridade de um momento
...quantas vez já não amei por uns instantes, mas era amor...
O Amor é um jogo de ilusões, que nos faz sentir vivos, dure o que tiver de durara, será sempre para sempre.
Que pode ter a efemeridade de um momento
...quantas vez já não amei por uns instantes, mas era amor...
O Amor é um jogo de ilusões, que nos faz sentir vivos, dure o que tiver de durara, será sempre para sempre.
terça-feira, abril 18, 2006
quarta-feira, abril 05, 2006
Outras historias...
As vezes, a vida cansa-me...queria outra...queria ser outra pessoa, ou melhor queria ser quem sou, mas noutros sítios com outras historias...as vezes queria uma historia simples, com uma casa pequenina numa vila com sol...outras o caos urbano, tem a sua magia...as vezes, queria mesmo outra vida, a minha cansa-me
sexta-feira, fevereiro 03, 2006
segunda-feira, janeiro 23, 2006
Era uma vez
Era uma vez uma princesa....
ela não sabia mais se queria ser uma princesa...talvez ela quisesse mudar de profissão...uma assim... menos certinha, talvez uma feiticeira!?...elas vão a tantas festas!!!
ela não sabia mais se queria ser uma princesa...talvez ela quisesse mudar de profissão...uma assim... menos certinha, talvez uma feiticeira!?...elas vão a tantas festas!!!
sexta-feira, janeiro 13, 2006
sexta-feira, janeiro 06, 2006
quinta-feira, janeiro 05, 2006
Hoje!!!
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